Um Voo Cego A Nada...

" Ter-se nascido ou vivido em Moçambique é uma doenca incurável, uma virose latente. Mesmo para os que se sentem genuínamente portugueses mascara-se a doenca, ignora-se, ou recalca-se e acreditamo-nos curados e imunizados. A mínima exposição a determinadas circunstâncias desencadeia, porém, inevitáveis recorrências e acabamos por arder na altíssima febre de uma recidiva sem regresso nem apelo". Rui Knopfli

terça-feira, 6 de abril de 2010

Viagem de finalistas à Beira e Gorongosa (40 anos depois)

Finalistas do Liceu Almirante Gago Coutinho de Nampula 69/70


À porta do Liceu antigo com o Reitor Dr. José Miguel Morgado


Uma das acções para angariação de fundos


Depois de uma visita ao Primavera e Moulin Rouge


Na camarata da MP


Gare da TZR (caminhos de ferro)


Gare da TZR


Numa esplanada no Macúti


Junto ao farol do Macúti


Almoço no Macúti


Tarde dançante no Liceu Pêro de Anaia da Beira


Na Gorongosa


Gorongosa


Com o Vice-Reitor Dr. Capão


Duas das meninas


Gorongosa


Gorongosa


À espera do batelão no Pungué


Junto à sede da MP


A foto de "família" da praxe


Partida para Nampula

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domingo, 15 de novembro de 2009

A música e a vida



Na TSF, a playlist de Carlos Queiroz
(no link)

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domingo, 8 de novembro de 2009

O Baile... 40 anos depois


Finalistas 69/70 do Liceu Almirante Gago Coutinho de Nampula



Devagar, devagarinho,
Subo as escadas do palco.
Com jeitinho,
Afasto docemente as cortinas.
Os meus olhos buscam cenas de tempos vividos.
Os anos passaram …..
As lembranças são eternas.
Os anos passaram……
Saudades! Sim…. Talvez…. e porque não?
Se os meus sonhos foram tão altos
Que ficaram escritos com letras de ouro!
Esquecer? Porquê?.....
Se a vida é um grande baile….
Onde as almas se encontram, se esbarram,
Se unem, se separam
Cada qual bailando nos conflitos,
Nas esperanças…..
Nas suavidades de todos os anos que se foram!
Hoje, além de sorrir,
Apetece-me rodopiar convosco
Até ao luar de uma outra noite,
Que mais uma vez se guardará,
Como coisa, que em lembrança se recorrerá
Um dia mais tarde…….
Quando os anos voltarem a passar.
Na partilha e no sonho
Não há porta nem freio,
Não há início nem fim,
Escrito em letras de ouro, só meio.
Apetece-me dizer obrigado.
Apetece-me agradecer a Todos
Amigos e Colegas
Por um imperativo simplesmente gostável.

MD




É ver .....
Meninas e Meninos bonitos,
Trocar os vestidos e calções de chita,
Por vestes encantadas de baile,
Enfeitadas com as cores dos sonhos.
Os seus olhinhos sorrindo
Porque os versos do coração
São de poesia inocente.

Foi num grande salão.
Para Todos,
O mesmo salão,
A mesma musica,
Cada um dançando
Na mesma direcção
E Numa direcção diferente.

MD




A 8 de Novembro de 1969 realizou-se, no Clube do Niassa, o Baile de Finalistas 69/70 do Liceu Almirante Gago Coutinho de Nampula.

As aulas começaram como era hábito em Setembro, mas no final do 6º ano já estavam alinhavadas as primeiras ideias,"aulas" começadas, mãos à obra, corrida ao comércio local para os inevitáveis apoios, torneios desportivos, gincanas automóvel, tardes dançantes e imagine-se, fechar parte da cidade para a realização de um circuito de motos 50cc, com corredores e respectivas motas(Honda, Susuky e Florett de competição) a viajarem desde Lourenço Marques.

Raparigas e rapazes entre os 16 e os 19 anos, chave do Liceu na mão, em completa liberdade de movimentos e sobretudo de ideias, a gerir tempo, dinheiro, burocracia e os nossos próprios conflitos.

Objectivos: um baile "comme il faut", e a nossa "viagem de estudo" ( à Gorongosa e ao "Moulin Rouge" e "Primavera", na Beira, claro…)

Brilhante, o Manuel José Sargento ("Director Financeiro"), que fez render mais de uma centena de contos (à época), até às provas orais em Junho de 1970 (o último jantar).

Ninguém o tinha feito até aí, os sorrisos eram muitos, mas conseguimos!

Ficámos a dever isso ao apoio do "nosso" Reitor, Dr. José Miguel Morgado e da "nossa" professora de Filosofia, Dr.ª Fernanda Teixeira e sobretudo a nós próprios.

A decoração do Clube do Niassa por nossa conta, os ensaios para a valsa, as trocas de olhares, os primeiros namoricos, o Hélder Sabino sempre em cima de acontecimento que envolvesse o sexo oposto, o Marques Pinto feito mestre de "haute couture", o Luís Martins sempre na lua, o Fernando Jorge "ideologicamente" desconfiado da coisa, o Daniel sempre de pedra e cal com os seus amigos, o Jamú com o seu ar "blasée", Esteves, Roncon, João Guimarães, a Marilina, Minita, Paula Mendonça, Nelinha Alves, Diana, Isabel Sobral, Manuela Neves, Marília, Lourdes, Teresa Machado, Fernanda Neves, Lena Rocha, Luísa, a darem o melhor.

Ah! O Luís Magalhães a querer dirigir a banda, o que nunca conseguiu.

Tínhamos "adoptado", porque mais novo, e nos acompanhava para todo o lado (até nas ceias de creme de marisco , sorvete e scotch), isto de trabalhar muito, dá fome e sede..., um "finalista honorário", chama-se Carlos Manuel Queiroz, e toda a gente o conhece!

A festa foi de arromba e nunca vista na cidade, elas, lindas nos seus vestidos compridos, com os seus penteados e provavelmente, a primeira maquilhagem. Irreconhecíveis, não eram as mesmas de todos os dias!

Nós, esticadinhos no primeiro e talvez último "smoking", a fazer as honras da casa, também não destoávamos.

Foram democraticamente eleitos, o “Rei” e a “Rainha” dos finalistas, ela, a Paula Mendonça, ele, o Jamú Hassan!

Fizemos vir de Lourenço Marques, através do Luís Arriaga da "Onda Pop" o melhor conjunto do momento, os "Inflexos", de Nampula, actuaram os "Animais" do Jorge Cortez.

Duas bandas de gabarito para actuar em non-stop no baile e tarde dançante do dia seguinte.

Os "Inflexos" trouxeram da capital, luzes, estroboscópios, órgão Hammond, toda uma parafernália nunca vista, e, entre outras, duas músicas que tocaram vezes sem conta nessa noite e tarde seguinte.

As músicas que mais sentimos, foram, "Time Is Tight" dos Booker T & MG's e "Man Of The World", um original dos Fleetwood Mac



Reposição de um post anterior.

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sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Praia das Chocas



Agosto de 1974

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terça-feira, 4 de agosto de 2009

Adeus Nélinha




O Xico fez trint'anos inda outro dia.
eu disse-lhe:

Ó Xico! estamos velhos!

Parece que foi ontem o tempo do liceu.
O Zandamela quando chegou a minha casa
era um miúdo a quem nós pregávamos
partidas,

depois foi abrindo os olhos,
aprendendo
e às tantas, até fazia de piloto
e tal.

Ó Xico, que belos tempos,

e de repente

estamos com trint'anos.
Não demos por nada,
não demos por tal,
não adivinhávamos.
Súbito começámos a aperceber-nos
das coisas e das cores
nas coisas.
Era tudo belo por princípio:
As brincadeiras malucas.
o riso desordenado,
as terríveis aventuras,
as incursões até às Lagoas,
as más notas todo o fim
de período,
e a paisagem certamente.
..........
..........
..........

Nós com trint'anos,
o Amadeu com banca de advogado,
uns no comércio, nas gasolineiras,
em bancos,
outros no mato
e tantos dispersos pelas europas,
e esta sensação
de vazio e imposibilidade
dentro de nós.
Pois bem, tínhamos
descoberto isto: A evidência
de que algo terminara de facto
e de que tudo se reorganizara,
se transformara
lentamente,

através da adolescência
dos primeiros anos de maturidade.

.........
.........
..........

Eu disse isto ao Xico,
e foi como se cá dentro
se partisse qualquer coisa,
porque há muito pensava nisto,
mas não o havia concretizado,
nem o dissera ainda a ninguém;
como uma corda de guitarra
esticada de mais que se quebrasse

sem um som,
sem um gemido,
sem um ai,

mas abrindo uma ferida funda.
O Xico sorriu com aquele sorriso
triste e inteligente,
um sorriso a dizer-me que já sabia tudo.
Em silêncio, depois, sentou-se
ao piano
e pousando nas teclas as mãos compridas
como asas
feriu alguns acordes do adágio
da Patética.
Calou-se, então. Calou-se e sorriu
de novo.
......
......
.......

Porque o Xico,
morreu anteontem à tarde
e foi a enterrar ontem à tardinha,
num dia de sol claro
e céu muito azul.

E, com a nitidez
dos matizes
e a verdade de estarmos
descentrados
da nossa louca invulnerabilidade,
fui acompanhá-lo.
Com os meus cabelos brancos
ainda poucos e ainda jovens
e os trint'anos
sem ilusões,
na tarde de sol claro
e céu muito azul,
onde apenas ocorria este facto
de o sol estar claro
e o céu muito azul,
fui dizer-lhe adeus.


Rui Knopfli


(Adeus Xico)


À Nelinha

Maputo, 4 de Julho de 2009





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sábado, 15 de novembro de 2008

Nampula na Beira...

Finalistas 69/70 do Liceu Almirante Gago Coutinho de Nampula



No Farol do Macúti


Após uma visita de "estudo" nocturna ao "Moulin Rouge" e "Primavera"


Chegada à Gorongosa (esperando o batelão)


Gorongosa



Gorongosa



Beira


Partida para Nampula


"With a little help from my friends"


Joe Cocker "Woodstock '69"

Adenda:
Uma sugestão apropriada, feita por um "anónimo", com o rabo de fora...

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sábado, 8 de novembro de 2008

O Baile... 39 anos depois



É ver .....
Meninas e Meninos bonitos,
Trocar os vestidos e calções de chita,
Por vestes encantadas de baile,
Enfeitadas com as cores dos sonhos.
Os seus olhinhos sorrindo
Porque os versos do coração
São de poesia inocente.

Foi num grande salão.
Para Todos,
O mesmo salão,
A mesma musica,
Cada um dançando
Na mesma direcção
E Numa direcção diferente.

MD





Devagar, devagarinho,
Subo as escadas do palco.
Com jeitinho,
Afasto docemente as cortinas.
Os meus olhos buscam cenas de tempos vividos.
Os anos passaram …..
As lembranças são eternas.
Os anos passaram……
Saudades! Sim…. Talvez…. e porque não?
Se os meus sonhos foram tão altos
Que ficaram escritos com letras de ouro!
Esquecer? Porquê?.....
Se a vida é um grande baile….
Onde as almas se encontram, se esbarram,
Se unem, se separam
Cada qual bailando nos conflitos,
Nas esperanças…..
Nas suavidades de todos os anos que se foram!
Hoje, além de sorrir,
Apetece-me rodopiar convosco
Até ao luar de uma outra noite,
Que mais uma vez se guardará,
Como coisa, que em lembrança se recorrerá
Um dia mais tarde…….
Quando os anos voltarem a passar.
Na partilha e no sonho
Não há porta nem freio,
Não há início nem fim,
Escrito em letras de ouro, só meio.
Apetece-me dizer obrigado.
Apetece-me agradecer a Todos
Amigos e Colegas
Por um imperativo simplesmente gostável.


MD




A 8 de Novembro de 1969 realizou-se, no Clube do Niassa, o Baile de Finalistas 69/70 do Liceu Almirante Gago Coutinho de Nampula.

As aulas começaram como era hábito em Setembro, mas no final do 6º ano já estavam alinhavadas as primeiras ideias,"aulas" começadas, mãos à obra, corrida ao comércio local para os inevitáveis apoios, torneios desportivos, gincanas automóvel, tardes dançantes e imagine-se, fechar parte da cidade para a realização de um circuito de motos 50cc, com corredores e respectivas motas(Honda, Susuky e Florett de competição) a viajarem desde Lourenço Marques.

Raparigas e rapazes entre os 16 e os 19 anos, chave do Liceu na mão, em completa liberdade de movimentos e sobretudo de ideias, a gerir tempo, dinheiro, burocracia e os nossos próprios conflitos.

Objectivos: um baile "comme il faut", e a nossa "viagem de estudo" ( à Gorongosa e ao "Moulin Rouge" e "Primavera", na Beira, claro…)

Brilhante, o Manuel José Sargento ("Director Financeiro"), que fez render mais de uma centena de contos (à época), até às provas orais em Junho de 1970 (o último jantar).

Ninguém o tinha feito até aí, os sorrisos eram muitos, mas conseguimos!

Ficámos a dever isso ao apoio do "nosso" Reitor, Dr. José Miguel Morgado e da "nossa" professora de Filosofia, Dr.ª Fernanda Teixeira e sobretudo a nós próprios.

A decoração do Clube do Niassa por nossa conta, os ensaios para a valsa, as trocas de olhares, os primeiros namoricos, o Hélder Sabino sempre em cima de acontecimento que envolvesse o sexo oposto, o Marques Pinto feito mestre de "haute couture", o Luís Martins sempre na lua, o Fernando Jorge "ideologicamente" desconfiado da coisa, o Daniel sempre de pedra e cal com os seus amigos, o Jamú com o seu ar "blasée", Esteves, Roncon, João Guimarães, a Marilina, Minita, Paula Mendonça, Nelinha Alves, Diana, Isabel Sobral, Manuela Neves, Marília, Lourdes, Teresa Machado, Fernanda Neves, Lena Rocha, Luísa, a darem o melhor.

Ah! O Luís Magalhães a querer dirigir a banda, o que nunca conseguiu.

Tínhamos "adoptado", porque mais novo, e nos acompanhava para todo o lado (até nas ceias de creme de marisco , sorvete e scotch), isto de trabalhar muito, dá fome e sede..., um "finalista honorário", chama-se Carlos Manuel Queiroz, e toda a gente o conhece!

A festa foi de arromba e nunca vista na cidade, elas, lindas nos seus vestidos compridos, com os seus penteados e provavelmente, a primeira maquilhagem. Irreconhecíveis, não eram as mesmas de todos os dias!

Nós, esticadinhos no primeiro e talvez último "smoking", a fazer as honras da casa, também não destoávamos.

Foram democraticamente eleitos, o “Rei” e a “Rainha” dos finalistas, ela, a Paula Mendonça, ele, o Jamú Hassan!

Fizemos vir de Lourenço Marques, através do Luís Arriaga da "Onda Pop" o melhor conjunto do momento, os "Inflexos", de Nampula, actuaram os "Animais" do Jorge Cortez.

Duas bandas de gabarito para actuar em non-stop no baile e tarde dançante do dia seguinte.

Os "Inflexos" trouxeram da capital, luzes, estroboscópios, órgão Hammond, toda uma parafernália nunca vista, e, entre outras, duas músicas que tocaram vezes sem conta nessa noite e tarde seguinte.

A que mais sentimos, está aí, chama-se "Man Of The World", e é um original dos Fleetwood Mac





Fleetwood Mac

Adenda:
repubicação de um "post " com pequenas modificações.

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domingo, 17 de agosto de 2008

Rali dos 1000 Kms de Nampula



Arnaldo Constantino e o seu Anglia 1600



Ford Cortina 1600 do Andrade



Honda S800 do Rebelo




Isuzu Bellet Sport do Humberto Nazaré



Volvo 122S do Rui Mendonça


Hoje, memórias mais prosaicas...

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sábado, 12 de julho de 2008

De Nampula...



Carlos Manuel Queiroz




Fe
licidades!

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quarta-feira, 21 de maio de 2008

De Nampula...








Carlos Queiroz

Parabéns!





"My Way"

And now the end is near
And so I face the final curtain
My friend I'll say it clear
I'll state my case of which I'm certain

I've lived a life that's full
I traveled each and every highway
And more, much more than this
I did it my way

Regrets I've had a few
But then again too few to mention
I did what I had to do
And saw it through without exemption

I planned each charted course
Each careful step along the byway
And more, much more than this
I did it my way

Yes there were times I'm sure you knew
When I bit off more than I could chew
But through it all when there was doubt
I ate it up and spit it out, I faced it all
And I stood tall and did it my way

I've loved, I've laughed and cried
I've had my fill, my share of losing
And now as tears subside
I find it all so amusing

To think I did all that
And may I say not in a shy way
Oh no, oh no, not me
I did it my way

For what is a man what has he got
If not himself then he has not
To say the things he truly feels
And not the words of one who kneels
The record shows I took the blows
And did it my way

Yes it was my way



Compositores: Claude Francois, Jacques Revaux, Gilles Thibaut ,

Paul Anka (Eng. Lyr.)


(Post actualizado em 25/05)


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