À Maria João
Da margem esquerda da vida
Da margem esquerda da vidaParte uma ponte que vai
Só até meio, perdida
Num halo vago, que atrai.
É pouco tudo o que eu vejo,
Mas basta, por ser metade,
P'ra que eu me afogue em desejo
Aquém do mar da vontade.
Da outra margem, direita,
A ponte parte também.
Quem sabe se alguém ma espreita?
Não a atravessa ninguém.
Reinaldo Ferreira,”Poemas” Livro IV-Dispersos, Imprensa Nacional de Moçambique, Lourenço Marques, 1960
Etiquetas: Carminho, Música, Poesia, Reinaldo Ferreira
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