Um Voo Cego A Nada...

" Ter-se nascido ou vivido em Moçambique é uma doenca incurável, uma virose latente. Mesmo para os que se sentem genuínamente portugueses mascara-se a doenca, ignora-se, ou recalca-se e acreditamo-nos curados e imunizados. A mínima exposição a determinadas circunstâncias desencadeia, porém, inevitáveis recorrências e acabamos por arder na altíssima febre de uma recidiva sem regresso nem apelo". Rui Knopfli

domingo, 31 de janeiro de 2010

31 de Janeiro




Hino da Maria da Fonte


Viva a Maria da Fonte
Com as pistolas na mão
Para matar os cabrais
Que são falsos à nação

É avante Portugueses
É avante não temer
Pela santa Liberdade
Triunfar ou perecer

É avante Portugueses
É avante não temer
Pela santa Liberdade
Triunfar ou perecer

Viva a Maria da Fonte
A cavalo e sem cair
Com as pistolas à cinta
A tocar a reunir

É avante Portugueses
É avante não temer
Pela santa Liberdade
Triunfar ou perecer

Lá raiou a liberdade
Que a nação há-de aditar
Glória ao Minho que primeiro
O seu grito fez soar

É avante Portugueses
É avante não temer
Pela santa Liberdade
Triunfar ou perecer


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sábado, 30 de janeiro de 2010

Hoje, "Uma Casa Portuguesa" (58 anos)


Amália Rodrigues


Completam-se hoje 58 anos da estreia de "Uma Casa Portuguesa", foi em Lourenço Marques no Teatro Manuel Rodrigues, cantou-a pela primeira vez a artista angolana Sara Chaves, a letra e a música dos moçambicanos, Reinaldo Ferreira, Vasco Matos Sequeira e Artur Fonseca.

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quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Ontem








Fotos ms

Maputo, Av. 25 de Setembro (Av. da República)

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A moral da história


Foto Digital no Indíco

Entretanto a vida constrói-se, é um facto.
O edifício ainda se não vê,
mas os alicerces ocultos estão sólidos
e profundos e operários silenciosos,
de rosto obscuro, deslizam neles
com uma eficiência anónima e implacável.

Gente ainda ignorada, sem importância
aparente, move com precisão a pá
e o tijolo. Gente que ignora certamente
estes versos mas sabe de toda a poesia
que há neles, porque a poesia está
implícita nos movimentos que traça.

Gente ainda sem nome aqui
e com que ninguém se importa,
mas que importa a toda a gente


Rui Knopfli

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terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Where Do The Children Play ?


Cat Stevens


Well I think it's fine, building jumbo planes.
Or taking a ride on a cosmic train.
Switch on summer from a slot machine.
Get what you want to if you want, 'cause you can get anything.

I know we've come a long way,
We're changing day to day,
But tell me, where do the children play?

Well you roll on roads over fresh green grass.
For your lorryloads pumping petrol gas.
And you make them long, and you make them tough.
But they just go on and on, and it seems you can't get off.

Oh, I know we've come a long way,
We're changing day to day,
But tell me, where do the children play?

When you crack the sky, scrapers fill the air.
Will you keep on building higher
'til there's no more room up there?
Will you make us laugh, will you make us cry?
Will you tell us when to live, will you tell us when to die?

I know we've come a long way,
We're changing day to day,
But tell me, where do the children play?

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domingo, 24 de janeiro de 2010

A Day In The Life


Neil Young & Paul McCartney

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sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Poema pouco original do medo


Foto Digital no Índico

O medo vai ter tudo
pernas
ambulâncias
e o luxo blindado
de alguns automóveis
Vai ter olhos onde ninguém o veja
mãozinhas cautelosas
enredos quase inocentes
ouvidos não só nas paredes
mas também no chão
no tecto
no murmúrio dos esgotos
e talvez até (cautela!)
ouvidos nos teus ouvidos

O medo vai ter tudo
fantasmas na ópera
sessões contínuas de espiritismo
milagres
cortejos
frases corajosas
meninas exemplares
seguras casas de penhor
maliciosas casas de passe
conferências várias
congressos muitos
óptimos empregos
poemas originais
e poemas como este
projectos altamente porcos
heróis
(o medo vai ter heróis!)
costureiras reais e irreais
operários
(assim assim)
escriturários
(muitos)
intelectuais
(o que se sabe)
a tua voz talvez
talvez a minha
com a certeza a deles

Vai ter capitais
países
suspeitas como toda a gente
muitíssimos amigos
beijos
namorados esverdeados
amantes silenciosos
ardentes
e angustiados

Ah o medo vai ter tudo
tudo
(Penso no que o medo vai ter
e tenho medo
que é justamente
o que o medo quer)

O medo vai ter tudo
quase tudo
e cada um por seu caminho
havemos todos de chegar
quase todos
a ratos

Sim
a ratos

Alexandre O'Neill



Esta posta, vem a propósito das reacções a uma outra, aliás excelente, do jpt.
Seguem-se os próximos capítulos...


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terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades


Foto Digital no Índico


Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.

Luís Vaz de Camões

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domingo, 17 de janeiro de 2010

Are you lonesome tonight?


Norah Jones

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terça-feira, 12 de janeiro de 2010

More Than Words


Extreme

Saying "I love you"
Is not the words I want to hear from you
It's not that I want you
Not to say, but if you only knew
How easy it would be to show me how you feel
More than words is all you have to do to make it real
Then you wouldn't have to say that you love me
Cos I'd already know

What would you do if my heart was torn in two
More than words to show you feel
That your love for me is real
What would you say if I took those words away
Then you couldn't make things new
Just by saying "I love you"

More than words

Now I've tried to talk to you and make you understand
All you have to do is close your eyes
And just reach out your hands and touch me
Hold me close don't ever let me go
More than words is all I ever needed you to show
Then you wouldn't have to say that you love me
Cos I'd already know

What would you do if my heart was torn in two
More than words to show you feel
That your love for me is real
What would you say if I took those words away
Then you couldn't make things new
Just by saying "I love you"

More than words

More than words
More than words
More than words
More than words
More than words

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segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Hoje, aqui.

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domingo, 10 de janeiro de 2010

Alameda vigiada




Quem me dera ser plâncton.
Ou ser como certas plantas,
permanecer indiferente
aos ventos
e aos sóis,
fazendo, sem os perigos do raciocínio,
a minha diária fotossíntese,
de que ignoraria o sabor.
Ou ser como as amibas
que se adaptam
e se desdobram, em sucessivas
mitoses,
em centenas de outas amibas
onde eu estaria autêntico,
ou não estaria autêntico.
Quem me dera passar desentendido
e não ser entendido,
átomo minusculo na poeira eléctrica
da manhã,
ausente, bem ausente
deste coração
e desta carne
na sombra vigiada da alameda.


Rui Knopfli

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quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Con toda palabra


Lhasa de Sela


(À minha Avó)

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segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

De cara a la pared


Lhasa de Sela

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sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Still Crazy After All These Years


Paul Simon

I met my old lover
On the street last night
She seemed so glad to see me
I just smiled
And we talked about some old times
And we drank ourselves some beers
Still crazy afler all these years
Oh, still crazy after all these years

I'm not the kind of man
Who tends to socialize
I seem to lean on
Old familiar ways
And I aint no fool for love songs
That whisper in my ears
Still crazy afler all these years
Oh, still crazy after all these years

Four in the morning
Crapped out, yawning
Longing my life a--way
I'll never worry
Why should I?
It's all gonna fade

Now I sit by my window
And I watch the cars
I fear I'll do some damage
One fine day
But I would not be convicted
By a jury of my peers
Still crazy after all these years
Oh, still crazy
Still crazy
Still crazy after all these years


Um Bom Ano Novo

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