O Baile... 39 anos depois
É ver .....
Meninas e Meninos bonitos,
Trocar os vestidos e calções de chita,
Por vestes encantadas de baile,
Enfeitadas com as cores dos sonhos.
Os seus olhinhos sorrindo
Porque os versos do coração
São de poesia inocente.
Foi num grande salão.
Para Todos,
O mesmo salão,
A mesma musica,
Cada um dançando
Na mesma direcção
E Numa direcção diferente.
MD
Devagar, devagarinho,
Subo as escadas do palco.
Com jeitinho,
Afasto docemente as cortinas.
Os meus olhos buscam cenas de tempos vividos.
Os anos passaram …..
As lembranças são eternas.
Os anos passaram……
Saudades! Sim…. Talvez…. e porque não?
Se os meus sonhos foram tão altos
Que ficaram escritos com letras de ouro!
Esquecer? Porquê?.....
Se a vida é um grande baile….
Onde as almas se encontram, se esbarram,
Se unem, se separam
Cada qual bailando nos conflitos,
Nas esperanças…..
Nas suavidades de todos os anos que se foram!
Hoje, além de sorrir,
Apetece-me rodopiar convosco
Até ao luar de uma outra noite,
Que mais uma vez se guardará,
Como coisa, que em lembrança se recorrerá
Um dia mais tarde…….
Quando os anos voltarem a passar.
Na partilha e no sonho
Não há porta nem freio,
Não há início nem fim,
Escrito em letras de ouro, só meio.
Apetece-me dizer obrigado.
Apetece-me agradecer a Todos
Amigos e Colegas
Por um imperativo simplesmente gostável.
MD
A 8 de Novembro de 1969 realizou-se, no Clube do Niassa, o Baile de Finalistas 69/70 do Liceu Almirante Gago Coutinho de Nampula.
As aulas começaram como era hábito em Setembro, mas no final do 6º ano já estavam alinhavadas as primeiras ideias,"aulas" começadas, mãos à obra, corrida ao comércio local para os inevitáveis apoios, torneios desportivos, gincanas automóvel, tardes dançantes e imagine-se, fechar parte da cidade para a realização de um circuito de motos 50cc, com corredores e respectivas motas(Honda, Susuky e Florett de competição) a viajarem desde Lourenço Marques.
Raparigas e rapazes entre os 16 e os 19 anos, chave do Liceu na mão, em completa liberdade de movimentos e sobretudo de ideias, a gerir tempo, dinheiro, burocracia e os nossos próprios conflitos.
Objectivos: um baile "comme il faut", e a nossa "viagem de estudo" ( à Gorongosa e ao "Moulin Rouge" e "Primavera", na Beira, claro…)
Brilhante, o
Ninguém o tinha feito até aí, os sorrisos eram muitos, mas conseguimos!
Ficámos a dever isso ao apoio do "nosso" Reitor, Dr. José Miguel Morgado e da "nossa" professora de Filosofia, Dr.ª Fernanda Teixeira e sobretudo a nós próprios.
A decoração do Clube do Niassa por nossa conta, os ensaios para a valsa, as trocas de olhares, os primeiros namoricos, o Hélder Sabino sempre em cima de acontecimento que envolvesse o sexo oposto, o Marques Pinto feito mestre de "haute couture", o Luís Martins sempre na lua, o Fernando Jorge "ideologicamente" desconfiado da coisa, o Daniel sempre de pedra e cal com os seus amigos, o Jamú com o seu ar "blasée", Esteves, Roncon, João Guimarães, a Marilina, Minita, Paula Mendonça, Nelinha Alves, Diana, Isabel Sobral, Manuela Neves, Marília, Lourdes, Teresa Machado, Fernanda Neves, Lena Rocha, Luísa, a darem o melhor.
Ah! O Luís Magalhães a querer dirigir a banda, o que nunca conseguiu.
Tínhamos "adoptado", porque mais novo, e nos acompanhava para todo o lado (até nas ceias de creme de marisco , sorvete e scotch), isto de trabalhar muito, dá fome e sede..., um "finalista honorário", chama-se Carlos Manuel Queiroz, e toda a gente o conhece!
A festa foi de arromba e nunca vista na cidade, elas, lindas nos seus vestidos compridos, com os seus penteados e provavelmente, a primeira maquilhagem. Irreconhecíveis, não eram as mesmas de todos os dias!
Nós, esticadinhos no primeiro e talvez último "smoking", a fazer as honras da casa, também não destoávamos.
Foram democraticamente eleitos, o “Rei” e a “Rainha” dos finalistas, ela, a Paula Mendonça, ele, o Jamú Hassan!
Fizemos vir de Lourenço Marques, através do Luís Arriaga da "Onda Pop" o melhor conjunto do momento, os "Inflexos", de Nampula, actuaram os "Animais" do Jorge Cortez.
Duas bandas de gabarito para actuar em non-stop no baile e tarde dançante do dia seguinte.
Os "Inflexos" trouxeram da capital, luzes, estroboscópios, órgão Hammond, toda uma parafernália nunca vista, e, entre outras, duas músicas que tocaram vezes sem conta nessa noite e tarde seguinte.
A que mais sentimos, está aí, chama-se "Man Of The World", e é um original dos Fleetwood Mac
Fleetwood Mac
Adenda:
repubicação de um "post " com pequenas modificações.
Etiquetas: LAGC, Moçambique, Nampula
2 Comments:
momentos especiais que ficam vida afora. republicações destas são revisitas ao cofre da memória. eu não tenho uma destas em concreto. não é isso que me impede de, lendo e ouvindo os Flt. Mac perceber o quanto estes bocados valem - não me enganei no tempo verbal.
abraço!
Os Inflexos...fui solista nos Inflexos nos anos 1966,1967 em Lourenço Marques...boas recordações. Inesquecível.
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