Um Voo Cego A Nada...
" Ter-se nascido ou vivido em Moçambique é uma doenca incurável, uma virose latente. Mesmo para os que se sentem genuínamente portugueses mascara-se a doenca, ignora-se, ou recalca-se e acreditamo-nos curados e imunizados. A mínima exposição a determinadas circunstâncias desencadeia, porém, inevitáveis recorrências e acabamos por arder na altíssima febre de uma recidiva sem regresso nem apelo". Rui Knopfli
segunda-feira, 31 de maio de 2010
sábado, 29 de maio de 2010
As rosas não falam
Alcione e Waldemar Bastos
Bate outra vez
Com esperanças o meu coração
Pois já vai terminando o verão,
Enfim
Volto ao jardim
Com a certeza que devo chorar
Pois bem sei que não queres voltar
Para mim
Queixo-me às rosas,
Mas que bobagem
As rosas não falam
Simplesmente as rosas exalam
O perfume que roubam de ti, ai
Devias vir
Para ver os meus olhos tristonhos
E, quem sabe, sonhavas meus sonhos
Por fim
Etiquetas: Alcione, Brasil, Cabo Verde, Música, Portugal, Waldemar Bastos
quinta-feira, 27 de maio de 2010
A espera...
Foto Digital no Índico
Como fazer versos?
Sentar
numa cadeira à secretária,
papel à frente, caneta em punho.
Esperar. Esperar em vão. Esperar.
Esperar mais ainda. Esperar sempre.
Se é fumador, fumar então
antes, depois ou no decurso.
Se não, continuar a esperar.
Se ao fim de um certo tempo
o dito tempo exceder o tempo
que se achou ser justo esperar,
desistir. Para voltar em novas
arremetidas desesperadas e inúteis,
em dias alternados ou consecutivos.
Em dada altura, vai-se de avião,
e ela chega como no expresso
do Poeta de S. Martinho da Anta,
mais pobre, menos ritmada talvez
(não admira, vai-se de avião!),
mas vem, contudo, e é o que importa.
Pode começar por uma palavra bonita,
coisa rara e difícil. E arriscada:
nunca se sabe o que virá depois
que pode ser bem pior e fracassar.
Há quem comece com irmãos,
o que tem vantagens inúmeras,
desde as garantias de escolas às conveniências
e conivências do correligionarismo fiel
que assegura um público bastante certo,
embora pouco amante da poesia
e, de ordinário, pouco esperto.
Desvantagens:
traz grandes dores de cabeça e pesadas
responsabilidades para com a humanidade
inteira e o Homem com H maiúsculo,
tarefa sempre ingente para quem começa.
O melhor ainda, o mais velhinho
e garantido é começar pela palavra
eu. Será umbilicalista, egoísta,
eu sei cá, mas é pequenina e humilde
e não diz mais do que diz, não tem
mais responsabilidades do que as que convém
seu minúsculo e modesto universo. Será
pouco, mas é um mundo. Para quê
querer incendiar os astros se, dentro de nós,
ainda não acendemos todas as luzes?
Rui Knopfli
(ARS POÉTICA 63)
Etiquetas: Moçambique, Poesia, Rui Knopfli
terça-feira, 25 de maio de 2010
Nights In White Satin
Moody Blues
Nights in white satin
Never reaching the end
Letters I've written
Never meaning to send
Beauty I've always missed
With these eyes before
Just what the truth is
I can't say anymore
'Cause I love you
Yes I love you
I love you
Gazing at people
Some hand in hand
Just what I'm going through
They can't understand
Some try to tell me
Thoughts they cannot defend
Just what you want to be
You will be in the end
And I love you
Yes I love you
I love you
I love you
Nights in white satin
Never reaching the end
Letters I've written
Never meaning to send
Beauty I've always missed
With these eyes before
Just what the truth is
I cant say anymore
'Cause I love you
Yes I love you
I love you
I love you
'Cause I love you
Yes I love you
I love you
I love you
Breathe deep the gathering gloom
Watch lights fade from every room
Bedsitter people look back and lament
Another day's useless energy is spent
Impassioned lovers wrestle as one
Lonely man cries for love and has none
New mother picks up and suckles her son
Senior citizens wish they were young
Cold hearted orb that rules the night
Removes the colours from our sight
Red is grey and yellow white
But we decide which is right
And which is an illusion
Etiquetas: Moody Blues, Música
sábado, 15 de maio de 2010
Waters of march - Águas de Março
Stacey Kent & Suzanne Vega
C'est le printemps
Stacey Kent
Jardin d'hiver
Henri Salvador
Je voudrais du soleil vert
Des dentelles et des théières
Des photos de bord de mer
Dans mon jardin d'hiver
Je voudrais de la lumière
Comme en Nouvelle Angleterre
Je veux changer d'atmosphère
Dans mon jardin d'hiver
Ta robe à fleur
Sous la pluie de novembre
Mes mains qui courent
Je n'en peux plus de l'attendre
Les années passent
Qu'il est loin l'âge tendre
Nul ne peut nous entendre
Je voudrais du Fred Astaire
Revoir un Latécoère
Je voudrais toujours te plaire
Dans mon jardin d'hiver
Je veux déjeuner par terre
Comme au long des golfes clairs
T'embrasser les yeux ouverts
Dans mon jardin d'hiver
Ta robe à fleur
Sous la pluie de novembre
Mes mains qui courent
Je n'en peux plus de l'attendre
Les années passent
Qu'il est loin l'âge tendre
Nul ne peut nous entendre
Para a IO, uma pessoa muito especial, hoje é o seu dia!
Etiquetas: Henri Salvador, Música, Stacey Kent, Suzanne Vega
quinta-feira, 13 de maio de 2010
Sou vil...
Foto Digital no Índico
Sou vil, sou reles, como toda a gente
Não tenho ideais, mas não os tem ninguém.
Quem diz que os tem é como eu, mas mente.
Quem diz que busca é porque não os tem.
É com a imaginação que eu amo o bem.
Meu baixo ser porém não mo consente.
Passo, fantasma do meu ser presente,
Ébrio, por intervalos, de um Além.
Como todos não creio no que creio.
Talvez possa morrer por esse ideal.
Mas, enquanto não morro, falo e leio.
Justificar-me? Sou quem todos são...
Modificar-me? Para meu igual?...
- Acaba lá com isso, ó coração!
Álvaro de Campos
Etiquetas: Fernando Pessoa, Moçambique, Poesia, Portugal
sábado, 1 de maio de 2010
Tanto Mar...
Chico Buarque
... e a mesma merda dos dois lados do Atlântico!
Etiquetas: Brasil, Chico Buarque, Música