Como se a pedra
Escuto como se a pedra
cantasse. Como
se cantasse nas mãos do homem.
Um rumor de sangue ou ave
sobe no ar, canta com a pedra.
A pedra nas suas mãos
obscuras. Aquecida
com o seu calor de homem.
O seu ardor
de homem. Escuto
como se fora a minúscula
luz mortal que das entranhas
lhes subisse à garganta.
A sua mortalidade
de homem. Canta com a pedra.
Eugénio de Andrade
Etiquetas: Eugénio de Andrade, Poesia
2 Comments:
Oh Macua
Tu com estas fotos obrigas-me a dar largas à palavra... Vou chamar a nostalgia e depois respondo
Beijo
MD
...esperando...
Beijo
F
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