Não Deixes Que Metam o Nariz na Tua Vida
Quando falas ou simulas falar de ti próprio e amalgamas passado, presente, futuro, há sempre os que perguntam se o que contaste é verdade ou não. Nunca indagam se vai ser verdade. O que lhes interessa é saber, com a curiosidade dos intriguistas, se o que se passou (ou parece ter-se passado) se passou mesmo contigo. É um erro de gente vulgar. Parasitários ou não, qualquer invenção ou patranha, qualquer «mentir verdadeiro» é acepipe biográfico, é pretexto para te enfileirarem na nulidade biográfica que é a deles próprios e tecerem incansavelmente histórias a teu respeito. Não te deixes seduzir pelo gosto da conversa. Essa pequena gente não merece a mais pequena atenção, nem tu precisas de espectadores para o salutar exercício diário de falar por falar. (...)
Não deixes que metam o nariz na tua vida. Caso contrário, vais ficar cheio de gente, com a sua vida escassamente interessante. O tombo da vida vulgar já foi feito por escritores como Camilo. E tenho a impressão de que, no essencial, a vida vulgar continua a mesma. Desunha-te a escrever (olha que já tens pouco tempo!), mas fá-lo com a discrição e a reserva de quem não se dá às primeiras. É outro exercício salutar.
Alexandre O'Neill, in "Uma Coisa em Forma de Assim"
Etiquetas: Alexandre O'Neill, Carlos Queiroz, Portugal
5 Comments:
Força macua, tu que nada tens a provar, já que continuas a ser o único detentor de dois títulos mundiais com passaporte português!! - mas, dia 8, sou mamba, F,...
beijo aos dois macuas,
IO
IO, isto de escolher entre a Mátria e Pátria..., é sempre um bico de obra... ;-)))
Beijo
F
Mátria mátria!!
O cachecol das quinas visto quando o jogo for com os outros...
beijo,
IO
E, no dia seguinte, volto com fair play: no campo de crícket, ganhou a 'pátria'.
beijo divertido,
IO
Também foi notório que aquilo era um encontro de "família"...
beijo divertidíssimo,
F
Enviar um comentário
<< Home